quarta-feira, 4 de junho de 2014

Poesia da retomada...

Autofagia!
Acordei com o gosto do meu sangue entre meus dentes
Que escorria
Da língua que se rasgara nas correntes
Das quais fugia!

Vampira!
É amargo e prazeroso o meu sabor!
Que a língua fira
Todo aquele que lhe impingiu a dor
De ser de si traíra!

Vadia!
Liberta e desobrigada
Em poesia
De corpo e alma rasgada!
Enfim revivia!

Ressurreição
Dos sabores já sepultados,
Do coração,
Dos membros de si amputados...
Da emoção!

De hoje em diante
A língua não cala!
A fiel amante
Do que a alma fala
Seguirá falante!


 Jamila Saleh

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